GARDENS BY THE BAY – SINGAPURA
– Onde as maravilhas florescem –
Num mundo onde tanto se destrói e onde somos bombardeados por tantas notícias tristes e desanimadoras sobre a destruição da natureza do nosso planeta é de louvar como há países onde se investe muito dinheiro em fazer um jardim de raiz onde se mostra a riqueza botânica que temos no mundo e se ensina a respeitar e a preservar a nossa herança natural, tão ou mais importante que tantos outros bens materiais tidos como símbolos de riqueza! Felizmente, ainda há países assim.
Estive em Novembro nos fabulosos jardins GARDENS BY THE BAY, em Singapura e vim maravilhado.
O conceito deste jardim, que tem vindo a ganhar inúmeros prémios de arquitectura, turismo, etc desde que começou a ser idealizado, em 2006, é mostrar as maravilhas botânicas de todo o mundo num jardim que será uma extensão da cidade de Singapura, a cidade jardim. Singapura é considerada a primeira cidade jardim tropical com um ambiente perfeito para se viver e trabalhar sendo considerada uma das melhores cidades do mundo do séc. XXI.
O jardim é composto por vários jardins e está dividido em várias áreas temáticas. Tem duas cúpulas enormes de vidro e um conjunto de árvores artificiais que se vêm ao longe de vários pontos da cidade. Todo o conjunto é muito harmonioso e deve ser visitado com tempo para não se perderem os maravilhosos detalhes espalhados pela vasta área ajardinada. Os jardins exteriores estão abertos ao público, são gratuitos, só se pagam entradas para entrar nas duas cúpulas e para subir às árvores gigantes e percorrer o passadiço entre elas. Uma das coisas que fizemos e que aconselho, é fazerem uma viagem num dos carrinhos dos jardins exteriores. Não fica caro e ficamos com a noção do espaço e dos vários ambientes diferentes que formam o jardim exterior. Cada carinho leva cerca de 8-10 pessoas e têm uma gravação áudio que vai explicando pormenores dos locais por onde vamos passando.
O símbolo de todo o complexo serão com certeza as árvores gigantes. São estruturas de metal com cerca de 30 metros de altura e que fazem lembrar palmeiras. Os troncos são jardins verticais e no sopé destas árvores temos também pequenas áreas ajardinadas e bancos a toda a volta com o tamanho e forma ideal para nos sentarmos ou deitarmos confortavelmente. Existem dois grupos de 3 árvores, no Jardim prateado e no Jardim dourado e depois um grupo central de onze árvores. A árvore maior tem um restaurante no topo onde se pode comer e, ao mesmo tempo, observar as lindas vistas dos jardins, da cidade de Singapura e de toda a baía. Duas outras árvores centrais estão ligadas por um corredor aéreo de onde podemos ver os jardins na perspetiva das aves da altura de 22 metros. São de facto os ícones de todo o jardim e apesar de estruturas de metal, são harmoniosas e muito bonitas.
Os jardins circundantes e de visita gratuita ao público estão situados mais ou menos à volta do grupo maior das árvores gigantes e divididos e áreas temáticas. Temos assim um jardim indiano, um jardim chinês, um jardim malaio, um jardim colonial, jardins intitulados de ‘Discovery’ (Descoberta) e ‘Web of Life’ (A Teia da Vida), um jardim de frutos e flores, um bosque, o ‘Mundo das Palmeiras’, o ‘Segredo das Árvores’, um prado, uma ‘Floresta Frágil’ e ainda vários lagos artificiais com os nomes sugestivos de ‘O Lago das Libélulas’, ‘ O Lago dos Nenúfares’ ou ‘O Lago do Pica-Peixe’. Podem ser também admiradas esculturas espalhadas pelos jardins feitas de diversos materiais com temas da natureza.
E depois de tudo isto, que é imenso para ver, temos ainda as duas rainhas do jardim: As duas cúpulas de vidro onde o ambiente é aclimatizado (arrefecido devidos as temperaturas altas normais em Singapura) e onde podemos ver plantas de todo o mundo num mar de cor, texturas, formas… uma variedade imensa. Sem dúvida as grandes atrações dos GARDENS BY THE BAY.
Na ‘Cúpula das Flores’ a Primavera é permanente. O ambiente é aclimatizado e seco de modo a recriar o clima mediterrânico encontrado no sul da Europa mas também na África do Sul, no Sudoeste Australiano, na zona central do Chile ou na Califórnia. Nesta imensa estufa de aspeto futurista e constituída por um puzzle de 3332 painéis de vidro podemos admirar flores, árvores e plantas suculentas de todo o mundo numa harmoniosa apresentação. Desde as famosas árvores Baobás (ou Embondeiros) até as mais pequenas e coloridas flores, tudo podemos encontrar nesta cúpula. As exposições temáticas de flores vão-se sucedendo para os visitantes irem encontrando sempre novidades e atracções novas.
Deixei para o fim, na minha opinião, a melhor e mais fantástica estufa que alguma vez vi. A Cúpula da Floresta Nebulosa, onde entramos e nos deparamos com uma cascata de 7 andares a cair de uma montanha artificial que não é mais do que um imenso jardim vertical de vegetação luxuriante. Se tiverem vertigens, concentrem-se nas plantas porque vale mesmo a pena. Subimos pelo interior da montanha, num elevador até ao 6º andar e depois mais um patamar a pé. Do topo da ‘montanha’ a vista é maravilhosamente impressionante.
As descida é feita por corredores no exterior na ‘montanha’ onde vamos observando vários ambientes de plantas que gostam de boa luz e humidade constante. Assim, as orquídeas, bromélias, trepadeiras, fetos, begónias, plantas carnívoras e tantas outras povoam as encostas e patamares da montanha artificial. – Um paraíso.
E depois do que escrevi e das fotos que aqui deixo, um último conselho que dou é que façam a visita com muita calma e não esqueçam a máquina fotográfica, com baterias carregadas e vários cartões de memória. Há ali uma imensidão de plantas para admirar.
Eu por mim… quero voltar!
Podem ver mais em http://www.gardensbythebay.com.sg
Podem ver mais em http://www.gardensbythebay.com.sg
(Artigo da minha autoria publicado na revista JARDINS Nr. 132, de Dezembro de 2013)