Dentro da família das Orquídeas, são os membros mais estranhos e exóticos que podemos encontrar. Pela grande variedade de cores, formas e aromas das suas flores, se a beleza do peculiar o atrai, estas são as orquídeas para si.
É um dos géneros com mais espécies, na grande família das Orchidaceae, estimando-se cerca de 2000 espécies espalhadas pelo planeta, em zonas de climas tropicais e subtropicais. Ao contrário das restantes espécies, que são originárias de uma determinada zona num continente, os Bulbophyllum podem ser encontrados na Ásia (desde os Himalaias, China e países do sudeste asiático), Austrália (especialmente nos estados de Queensland e Nova Gales do Sul), África (Zonas continentais de floresta tropical e ilhas Madagáscar, Maurícias, Reunião, Seicheles, etc), América Central e do Sul (com um maior número de espécies no Brasil, mas também em países na cordilheira dos Andes, até ao México e Antilhas) e com algumas espécies a sul da Florida, na América do Norte.

Dada a grande diversidade, tanto de espécies como de habitats, é impossível dar uma informação de cultivo que abranja todas as espécies, podendo afirmar que há uma maioria que pode ser cultivada de uma determinada forma, sendo que aconselho sempre uma pesquisa detalhada (sendo relativamente fácil na Internet) quando sabemos a espécie que estamos a cultivar.
Assim, sendo os Bulbophyllum maioritariamente de zonas tropicais temperadas a quente, as temperaturas ideais serão entre os 20 – 30ºC durante o dia com valores mais baixos, entre os 15 – 18ºC à noite. No nosso país devemos cultivá-las no interior com um período de alguns meses, dependendo da zona, que podem ser colocados no exterior, num local de meia luz ou sombreado. São plantas que nunca devem secar totalmente, o substrato deve estar sempre meio húmido, especialmente quando as temperaturas estão mais altas. Duas ou três regas semanais serão necessárias para manter esta humidade no substrato, sendo também importante a humidade do ar, pelo que devemos borrifar as plantas com frequência.

Os métodos de cultivo podem ser variados. Os Bulbophyllum são maioritariamente plantas epífitas, logo requerem um substrato com bom arejamento e drenagem que pode ser exclusivamente composto por casca de pinheiro, ou com outros materiais que ajudam a manter um pouco mais de humidade, como pedacinhos de fibra de coco, perlite ou musgo de esfagno. Há misturas já feitas para orquídeas epífitas à venda, mas o que escolhemos dependerá do tipo de cultivo ajustado para as condições que temos nas nossas casas. Os Bulbophyllum dão-se bem em vasos de plástico ou barro, assim como montados em troncos ou placas de cortiça ou madeira. Muitos cultivadores preferem taças ou pratos perfurados ou cestos, que pode ser de vários materiais. É uma questão de gosto e de experimentarem com quais têm maior sucesso.

Para além das regas, devemos fertilizar os nossos Bulbophyllum regularmente e há duas formas de o fazer. Com adubo líquido diluído na água de rega, quinzenalmente ou com maior frequência se utilizarmos metade da zona indicada e com adubo granulado, misturado no substrato, duas ou três vezes por ano. Se utilizarmos o adubo granulado, devemos ter cuidado para não colocar muita quantidade, para não danificar as raízes, e devemos complementar com uma fertilização foliar mensal.

Como já mencionei, as flores são muito diversas e de grande beleza. Os tamanhos variam desde microflores com menos de um centímetro até a flores grandes. São multicoloridas arriscando-me a dizer que temos Bulbophyllum de todas as cores do arco-íris. E as formas são muito singulares, incomuns e extraordinárias, quase animalescas, lembrando insetos. Com uma única flor por haste ou multiflorais em aglomerados, dispostas em leque ou brotando numa estrutura como uma folha longa, de nome ráquis. Muitas têm labelos que se movem com o vento imitando insetos, outras desenvolvem aromas muito peculiares, mais ou menos agradáveis. Todas muito belas e diferentes. Um verdadeiro prazer descobrir e colecionar estas maravilhas botânicas.

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